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The bell rang: Bradesco and Farmtech launch FiagroFIDC of nearly R$ 200 million at B3*

Fundo já nasce com mais de mil investidores qualificados e adaptado às novasnormas da CVM. Oliveira Trust atuará como administradora e custodiante

Por Gustavo Lustosa | 06/12/2023

AGFeed

Cerimônia de início de negociação do Fiagro na B3

A abertura do mercado nesta quarta-feira traz uma novidade para o mercado de fundos.Acabou de entrar em negociação o Fiagro do Bradesco em parceria com a agfintech Farmtech, que já nasce com R$ 193 milhões em patrimônio e mais de mil investidores.

O Bradesco, por meio de sua Asset, a Farmtech e o Bradesco BBI entram comoestruturadores e gestores do projeto. Além deles, a Oliveira Trust cuida da parte decustódia e de administração.

“Os dois estruturadores se complementam. A Farmtech, num modelo mais de originaçãodo relacionamento com as revendas, e o Bradesco, na parte de análise de crédito, tendoo poder de veto de recebíveis”, explica Alexandre Freitas, CEO da Oliveira Trust.

A Farmtech é um agfintech que nasceu em 2017 dentro de um grupo dedicado ao créditorural e ao financiamento da cadeia de insumos agrícolas.

O Fiagro é do tipo FIDC, e segundo Freitas, o foco do produto é comprar direitoscreditórios do agronegócio como CPRs financeiras, direitos creditórios de compra evenda à prazo de produtos da cadeia do agro.

De acordo com o executivo, o fundo é diferente da maioria negociada no mercado e jánasce adaptado às mudanças propostas pela CVM para a regulamentação definitiva dosFiagros. A co-gestão é um exemplo disso.

O público-alvo, por exemplo, são os investidores qualificados, ou seja, aqueles com pelomenos R$ 1 milhão investidos. Geralmente, Fiagros do tipo FIDC são destinados aosinvestidores institucionais. “A ideia era buscar a pulverização, por isso a listagem na B3”,afirma o CEO da Oliveira Trust.

De acordo com Thiago Gusmão, gerente de fundos da Oliveira Trust, a ideia do público-alvo veio para dar mais liquidez ao fundo. “Quando você busca investidores qualificados,é mais fácil o acesso quando o fundo está listado na bolsa”, explicou. Cada cota abriuhoje a negociação cotada a R$ 100.

O portfólio do fundo também é pulverizado, e conta com revendas do agro e produtoresrurais que atuam tanto como pessoas físicas ou jurídicas espalhadas pelo Brasil.

A Oliveira Trust atua geralmente como um agente custodiante em fundos do tipo, mas jáadministra dois Fiagros de gestão da Milenio em parceria com a Terra Magna. Os fundosnão são negociados na Bolsa de Valores.

Segundo Freitas, CEO da Oliveira Trust, a estrutura desse fundo se assemelha à que aFarmtech tem com a Syngenta. No modelo da gigante dos insumos, o fundo atendealguns grandes clientes entre revendas, cooperativas e produtores. A diferença é queesse será negociado na B3.

“Esperamos que esse seja o primeiro de muitos do tipo. Já temos outros FIDCs nessacategoria que engloba recebíveis de grandes empresas do setor que buscam, nesseinstrumento, uma ferramenta de captação”, disse Freitas.

“Gostamos de lançar o primeiro produto desse tipo voltado pro mercado, mesmo quenão chegue a ser para o varejo, é negociado em Bolsa. E os recebíveis desse Fiagro são complexos, envolvem safra, safrinha, prazos diferentes, sementes diferentes”, conclui.