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OT projeta crescimento em operação de recebíveis

Valor Econômico | Julho de 2022

A Oliveira Trust (OT) estima alcançar R$ 2 bilhões em operações com oneração de recebíveis de cartão de crédito e débito em 2022. O novo produto consiste na captação de recursos através de instrumentos de dívidas ou da emissão de valores mobiliários como debêntures, certificados de recebíveis imobiliários (CRI) e certificado de recebíveis do agronegócio (CRA). A garantia é a agenda de recebíveis de cartão de crédito do devedor, que passa pelo crivo das registradoras habilitadas pelo Banco Central.

Até o fim do ano, seis operações, de R$ 1,2 bilhão no total, serão estruturadas. O instrumento ganha força no momento de juros altos, segundo o diretor da OT, Alexandre Lodi. Por meio dele, é possível criar uma operação mais sofisticada, com taxas melhores para os tomadores de recursos. A empresa pode oferecer uma garantia de custo mais baixo se comparada às garantias tradicionais e com vantagem em relação à liquidez e velocidade para registrar essas onerações junto às registradoras.

Em uma operação que visa ceder os recebíveis para um banco, as taxas cobradas pela instituição financeira serão mais altas, diz o executivo. No caso das operações de oneração de debêntures, os valores pagos são de até CDI mais 3,75%, por exemplo. Em um CRI, a taxa pode chegar a IPCA mais 7%.

Um exemplo é uma operação para uma rede de academias, que fez uma emissão de debêntures de R$ 35 milhões. A garantia firme do coordenador líder foi constituída com uma garantia real de cessão fiduciária de direitos creditórios de vendas de cartão de crédito de matrículas ou serviços oferecidos pela empresa. A emissão deverá apresentar 10% do saldo devedor da agenda de recebíveis oneradas como garantia. A cada mês, o volume financeiro médio mensal de oneração de recebíveis deve ser de R$ 3,5 milhões. Após o primeiro ano, haverá o início do pagamento das amortizações e, consequentemente, uma diminuição do volume da agenda a ser onerada.

Atualmente, as empresas buscam captações para reforço de caixa. Um dos objetivos é estarem capitalizadas para o período após as eleições. Com a melhora da economia, as companhias voltam a querer investir e há espaço para esse tipo de operação, afirma Lodi. “A modalidade vai continuar a ser utilizada, dependendo do momento, por motivos diferentes”, diz.